8 de janeiro de 2008

1.



Ela (re)começou a andar de repente, mas lenta, como se nunca houvesse ousado andar. Tinha uma expressão de dor, medo... mas ela pisou ao chão um passo com seu calçado de aço...


... será que aprenderá?

6 de janeiro de 2008

Resposta ao tempo...

http://www.tempoesia1.hpgvip.ig.com.br/midi/velhos_tempos/nana_caymmi/o_tempo.mid
Nana Caymmi. Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Num dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder, me esquecer

Nasci...


ENSINAMENTO
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: “Coitado, até essa hora no serviço pesado”. Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo.
Adélia Prado. Poesia reunida, Editora Siciliano, 1991 - S.Paulo, Brasil